Frase do dia:

"Animais selvagens nunca matam por esporte. O homem é o único que acha a tortura e a morte de seus semelhantes uma forma de diversão." (James Anthony Froude)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Transtorno de Conduta

Safe Haven (S.6 E.05) - Cena da Série Criminal Minds



              A legislação brasileira considera como criança a pessoa com idade
 entre zero e doze anos e adolescente, por sua vez, pessoas entre os doze e os dezoito anos. Na infância e da adolescência, um dos quadros mais problemáticos tem sido o chamado Transtorno de Conduta, anteriormente conhecido por Delinqüência juvenil, que se caracteriza por um padrão repetitivo e persistente de conduta anti-social, agressiva/desafiadora (no mínimo seis meses). O Transtorno de Conduta é um “diagnóstico” problemático, pois situa-se além dos limites da psiquiatria, sendo relacionado também a problemas morais e políticosociais. Sem dúvida trata-se de um seríssimo problema comportamental. Alguns autores insistem em rotular apenas como uma doença uma patologia, que insenta o indivíduo da responsabilidade pelos seus atos.

Como considerar uma “doença” , cujos sintomas são uma forte inclinação ao delito, desrespeito aos direitos básicos dos outros e violação das regras sociais?

 Uma criança pode apresentar comportamentos desafiantes, travessuras ou variações do humor, os adolescentes devido a crise de identidade podem constantemente questionar a autoridade dos pais/adultos desafiar regras,  como forma de conquistar a liberdade, porém, os comportamentos inadequados apresentados no transtorno de conduta, vão além daqueles apropriados a idade da pessoa, costumando ser de natureza mais grave. O portador de Transtorno de conduta apresenta:

a)     não ter consideração pelos sentimentos alheios, direitos e bem estar dos outros, faltando-lhe um sentimento apropriado de culpa e remorso 
b)     demonstração de comportamento insensível
c)      crises de irritabilidade, explosões temperamentais e agressividade exagerada que causa ameaça ou danos a outras pessoas e/ou animais
d)     costumam delatar facilmente seus companheiros e tentar culpar outras pessoas por seus atos. Uma característica marcante nesse quadro é a baixíssima tolerância à frustração (incapacidade de tolerar dificuldades existenciais comuns a todas as pessoas)

O Transtorno de Conduta é um diagnóstico especialmente infantil ou da adolescência pois, depois dos 18 anos, persistindo os sintomas básicos (contravenção), o diagnóstico deve ser alterado paraTranstorno da Personalidade Anti-Social

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Crimes de Menores em São Paulo - (Matéria de Marcelo Godoy, publicado no jornal O Estado de S. Paulo)

"Pela primeira vez na história, a Secretaria da Segurança Pública fez um levantamento completo sobre os principais tipos de crimes cometidos exclusivamente por crianças e adolescentes no Estado de São Paulo. 


O estudo mostra que, sozinhos, os menores são responsáveis por 2,7% do total de crimes registrados pela Polícia Civil. A participação deles é mais importante em três tipos de delito: o porte de drogas, pelos quais respondem por 18,7% do total de casos, o porte de armas (11,8%) e o tráfico de drogas (9,6%).

Em números absolutos, os adolescentes foram presos 3.993 vezes portando droga, 2.152 vezes com armas de fogo e 969 vezes traficando entorpecentes. Eles também têm uma participação importante nos casos de estupro, pelos quais são responsáveis por 4,2% do total de casos - 164 em número absolutos -, lesões corporais (3,8%) e roubos seguidos de morte (3,2%). Os dados são relativos a 2001.

Isso não significa que a criminalidade exclusivamente infanto-juvenil no Estado seja dominada pelos delitos cometidos com violência. Em números absolutos, ela ainda tem o rosto de quem está dando os primeiros passos nessa área. Entre essas infrações predominam casos de lesão corporal, com 10.980 registros, furto, com 9.422, e porte de entorpecentes.

Mas apesar de serem numericamente maiores, as lesões cometidas por adolescentes representam só 3,8% do total de casos do Estado e os furtos, 2,1%. "Pelo dados, é possível verificar que, dos crimes envolvendo adolescentes e crianças, apenas 10,3% são violentos", afirmou o pesquisadorTulio Kahn, do Instituto Latino Americano das Nações Unidas para a Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente (Ilanud).

Kahn considera violentos os casos de homicídio, estupro, roubo seguido de morte, tráfico de entorpecente e roubo. Ao todo, os menores foram responsáveis em 2001 por 29,9 mil atos infracionais - denominação dos delitos cometidos por crianças e adolescentes - no Estado.

Até agora, o governo dispunha apenas dos números que traçavam o perfil dos adolescentes internados na Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem).

Números incompletos, pois para essa instituição vão apenas os adolescentes que cometeram infrações violentas ou são reincidentes em delitos menores.

Assim, o governo não tinha um retrato fiel da situação, porque não constavam das estatísticas menores que cometiam crimes leves, como lesão corporal, e, por isso, eram entregues à guarda da família.

Limitação - A única limitação da pesquisa da Secretaria da Segurança Pública é o fato de ela não computar os casos de adolescentes que cometeram crimes em companhia de adultos, o que, segundo policiais, poderia aumentar a quantidade de menores envolvidos em delitos graves. 

Um exemplo disso é o seqüestro e a morte do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT). A quadrilha responsável pelo crime contou com a participação de dois adolescentes, um dos quais assumiu ter disparado os tiros que mataram o prefeito.

Nesse caso, o adolescente acusado demonstrou frieza e uma memória detalhista. L.S.N., de 17 anos, revelou passo a passo para a polícia como executara o prefeito. Ele e José Edson da Silva, seu comparsa, teriam, segundo sua versão, buscado Celso Daniel no cativeiro e levado o prefeito até a Estrada da Cachoeira, em Juquitiba, onde ocorreu o assassinato.

Perfil - Para o promotor Ebenezer Salgado Soares, da Vara da Infância e Juventude da Capital, em virtude dessa limitação o levantamento realizado pela secretaria não retrata a realidade da participação dos adolescentes em crimes. Ele argumenta que o perfil das infrações cometidas pelos menores na capital, que estão sob o controle da promotoria, é mais violento.

Soares admite, no entanto, a possibilidade de o perfil desses números no Estado ser diferente por causa das cidades do interior. Elas tradicionalmente são menos violentas do que a capital e os municípios da região metropolitana.

"Se o número de menores envolvidos com o crime pode ser maior por causa dessa limitação da pesquisa, ele também pode ser menor se considerarmos os casos em que eles assumem a autoria de crimes para encobrir adultos", disse Kahn. Segundo ele, isso talvez possa explicar o alto número de adolescentes que são acusados de porte ilegal de arma.

PM - A Polícia Militar também divulgou seus números sobre a delinqüência infanto-juvenil em São Paulo. No ano passado, os policiais militares registraram 29.107 casos qualificados de atos infracionais em um total de 4 milhões de ocorrências atendidas pela corporação no Estado, que resultaram em 70 mil prisões em flagrante, na apreensão de 28,5 mil armas de fogo e 7,6 toneladas de entorpecentes."

Transtorno de Conduta (Delinqüência) Um Transtorno Psicológico ou um Transtorno Ético-Moral? 

Aguardem próximas postagens:
  • Transtorno de Conduta
  • Bullying: Comportamento violento na infância e Adolescência.
  • O Comportamento Violento e a Lei.
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